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Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive Ricardo Reis
Já por cá apanhamos uma valente constipação. Eu abri as hostes e de seguida tive a amabilidade de partilhar a minha bicheza. Sorte tive eu de contaminar o J nos intervalos de mergulhos, se não teria sido chacinada.
Pessoal doente não mergulha!
Acho que foi no Monto Bromo devido ao excesso de sol e frio, e deu nisto. Vim preparada para calor, não para frio de rachar.
A mim ainda não me passou totalmente esta carraspana e ultimamente tenho sentido o corpo dorido, dor de cabeça, algumas irregularidades gastrointestinais... O suficiente para o J estar com preocupações mais elaboradas.
Eu(nós) fui(fomos) muito picada(os) por mosquitos, mas a ilha de Bali não está numa zona de risco elevado de malária e estaremos atentos.
Ontem chegamos a Padang Bai. Um destino de mergulho, e rezam os guias que tem uma praia de areia branca. Como o J ia mergulhar pareceu-me uma possibilidade interessante para mim.
Depois de uma noite mal dormida porque me senti mal, acordei cedinho pata tomar o pequeno almoço com o J, antes de sair para mergulhar o dia todo.
Fiz-me à estrada em busca da dita praia.
Não acertei logo no caminho e debaixo de um calor tórrido enganar-me no caminho, chegar aortas sem saída estava a piorar a minha disposição. Só queria uma sombra. Subi, desci, curvei...
E cheguei lá. Um paraíso!
A única turista na praia.
Os Indonésios, bem como a maioria dos locais do sudoeste asiático não apreciam banhos de sol. Por isso as únicas pessoas a pisar aquela areia e com acesso aquele mar cristalino era eu e meia dúzia de locais ansiosos por me venderem sumos de fruta naturais, panquecas, massagens...
Tive um dia maravilhoso.
Conversei muito com eles.
Uma jovem de 28 anos, com os seus 3 filhos, que me fazia massagens e me contava as suas preocupações com as crianças e marido que trabalha no mar.
Um rapaz, o Gde, de 26 anos que partilhou comigo durante horas os seus conhecimentos sobre vários países da Europa, na esperança que lhe ensinasse mais uma quantas coisas e enquanto isso treinava o seu inglês.
Dizia-me ele que se apaixonou por uma Finlandesa e que o seu sonho é ir viver para lá. Fiz uma pausa, olhei em frente para aquele mar fabuloso, baixei os olhos e vi os seus pés negros empoeirados de areia e descalços...
E disse-lhe: não conseguirias viver nem 3 horas na Finlândia.
Ele riu-se e perguntou-me o porque?
Respondi-lhe estão lá -10oC, é sempre de noite, as pessoas não sorriem, não abraçam e não dizem Bom-dia como aqui. E não há este mar, com esta cor.
Ele faz um olhar confuso, e respondeu, mas aqui também só há isto e é sempre assim.
Eu percebi-o. Tudo na vida é relativo.
Eu sei que é muito difícil para um Indonésio sair daqui.
E o Gde nunca saiu de Bali. Mas disse-lhe Então vai!
Às vezes temos que ir para voltar e saber o que temos. Que é tudo.