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Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive Ricardo Reis
Um argumento muito bom, estruturado e inteligente.
Cru, explícito e intenso.
Cru, os silêncios e o ritmo a que o filme se desenvolve criam algum desconforto no expectador. Senti que obriga a uma constante confrontação com questões e realidades complexas. Ultrapassa o “julgamento” mais imediato de um senso comum mesmo que sensível.
Explicito, mostra sem pudor ou limites as circunstancias que relata. Não é um filme pornográfico, longe disso, mostra o sexo com o objectivo de ilustrar uma adição, obsessão real, não tendo intenções eróticas, mas é esclarecedor e pragmático na fotografia.
E aqui tenho que manifestar a minha surpresa, não encara o sexo como um tabu e frustra as expectativas de um filme porno (para quem as nele procura)… mostra sexo obcessivo e insaciado, patológico. Poderia ser álcool, drogas, jogo… se de outra dependência se tratasse.
Intenso, porque mexeu comigo, deu-me outra perspectiva da patologia que trata, do sofrimento e angústia vividos, da desinformação vigente e da facilidade com que se censura.
Há N situações críticas no filme, as duas personagens principais têm ambas problemas de natureza sexual completamente opostos, um dependente de sexo e outro assexuado, pelo menos na sua consciência. Um final surpreendente leva-nos à conclusão que por curiosidade ou luxúria o ser humano entrega-se fatalmente ao desejo. Sempre, só variam os estímulos.
Para maiores de 18 e, a maturidade individual será um requisito para melhor avaliar esta abordagem, na minha opinião fenomenal e de difícil “digestão”.