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Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive Ricardo Reis
Faço aquele caminho quase todos os dias.
Gosto muito de observar aquela rua a acordar, enquanto eu caminho pela minha rotina. Apanho o eléctrico numa rua mais à frente.
Apaixona-me a sua dinâmica. É diferente consoante o período do dia. Já conheço as suas personagens principais e vou imaginando histórias para algumas delas.
Olho de esguelha e fico presa ali…
A forma como aquela senhora, de (descom)postura marcada pelo esforço diário que o seu ofício requer, encara chama-me a atenção. Todos os dias entre as 8:00 e as 8:30 da manha lá esta a montar a banca!
Forra-a de flores e com algumas frutas e sempre da mesma forma.
Faz uso de umas caixas bem usadas, muitas já não estão completas e alguma têm a madeira apodrecida, mais uns caixotes maiores, ferros “descasados”… Agarra-se aquilo e não vê mais nada!
Já lhe arranquei um sorriso, vi-lhe os poucos dentes que tem e estão mal tratados… queria agarrar-lhe o olhar, mas ela não deixa!
Adoro aquela rua, gosto de ir e voltar por lá. Um recanto sem carros cheio de comércio local, para mim é sem duvida um dos encantos de HK: tão tecnológica e ao mesmo tempo tão tradicional.
Senhora de olhos fundos e cansados, eu gosto de si!