Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive Ricardo Reis
Adoro proteger-me com o meu sentido de humor.
Talvez seja só isso mesmo, uma defesa. Mas já me ri muito com o que me faz chorar.
Ah! E rio-me de mim com muita frequência. Não me considero uma ”palhaça” mas acho-me piada.
Costumo dizer que por vezes a vida parece os “100m barreira”, mas eu não salto nem uma e PUMBA lá vai mais uma queda e de boca… Caramba! E às vezes aleija.
Um dos meus maiores desafios de vida (sem duvida!) é perceber o que é isso do ”apego”?
A primeira vez que me vi de frente com esta questão, foi há cerca (sensivelmente mais) de um ano por uma Senhora que muito me ensinou, e mais admiro ainda, que me deixou esta questão no ar! Desde então tenho refletido muito sobre o assunto!
O apego. É complexo! Tem ramificações e complexidades pouco claras, sendo difíceis de decifrar… (Eu tenho “dissecado” o assunto aqui dentro lentamente). Tinha uma ideia mas só me apercebi da real dimensão das suas ramificações quando me meti ao caminho.
O apego cria-se com pessoas, animais, crenças, sentimentos, locais, memórias…
Pode-se manifestar de forma saudável, leve, tranquila, livre. Ou é facilmente transformado em algo sombrio, viciante, pesado, doloroso, tóxico…
O apego é um laço. Uma conexão. Um vínculo.
Ligações que provocam uma determinada emoção.
Uma necessidade (por vezes desesperada) que essa ligação permaneça para que essa emoção se perpetue.
Quando provamos, gostamos e queremos mais.
Quando associamos o sentir a algo.
Quando esse sentimento passa a ser um substantivo, um nome, qualquer coisa. Neste sentido é dependência.
É um gatilho!
Mas a verdadeira armadilha reside neste pormenor. De tão bem nos sentirmos, começamos a pensar: Ter é bom. Não ter é mau.
A posse, o desespero da privação, o medo da falta…
Aí Já não há amor, mas apego. O apego estraga… mata relações.
O apego é egoísta e destrutivo.
Infelizmente, com mais frequência que o desejável, associa-se o gostar ao apego: “preciso de ti”! Sentindo que o apego é recíproco, combate-se a solidão, sente-se a aprovação, validação e até a aceitação. …”O casulo. O veneno partilhado. A vampirização mútua. A cobrança.”
O amor verdadeiro é livre, não cobra. Quase utópico…
Sendo difícil de atingir este estadio, abordo o amor como… uma relação que estabeleço com o que recebo. Um negócio delicado!
Apaixono-me pelo que me oferecem, e aí há espaço para tudo: Para admirar uma boa pessoa para os outros e para nós, o saber dar e receber, o brilho dos olhos que me dirige, o “nós” ao invés do “eu”. Se isso se dissipar, esvair ou for um engano… o objeto do amor desaparece.
Praticar o desapego é, neste sentido, libertador.
Valorizar os verdadeiros sentimentos, não possuindo, viver a experiência do agora.
É dizer “quero que sejas feliz”, “quero dar-te”, “quero que sejas livre e voes”. É partilhar, fazer crescer. É ser incondicional. É amar a pessoa tal como a encontrei, sem a tentar mudar ou modificar.
Eu pretendo aprender o ”desapego” para sempre e não só agora.
Baseado num texto de David Nascimento