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Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive Ricardo Reis
Adoro pão!
Casa sem pão, é para mim... um desconforto! Não há pão, não há comida!
Desde que sai de Portugal que nunca consegui encontrar uma padaria que me agradasse. Resolveu-se o assunto com uma maquina de pão.
Não é pão de Mafra ou Algarvio mas estou super feliz com os pães deliciosos que preparo. Muito mais saudáveis e variados!
Agora vamos ver quais as consequencias de comer pão quente todos os dias!
Vou ter que me controlar!
Os dias têm estado cada vez mais agradáveis e o frio já não é um impedimento para passear o dia todo.
Adoro esta fase do ano, despedir-me do Inverno e receber os dias de Primavera cheios de brilho.
Há umas semanas atrás fui a Churchil Island. Mais um local maravilhoso...
Hong Kong tinha uma cultura de Hikes de que sinto falta. Havia grupos organizados e funcionavam perfeitamente e exemplarmente. Acho que é das poucas best practices que me impressionaram por lá.
A hora/ local eram marcados e como eles diziam: "Se chegares tarde não precisas de pedir desculpa porque nós não esperamos". Se falhássemos o compromisso mais de duas vezes era muito simples: éramos expulsos do grupo e assunto arrumado.
Tentei encontrar um grupo de Hike em Melbourne, à semelhança. Tinha esperança que fosse como em Hong Kong e que pudesse ter umas actividades semanais garantidas por sítios que ainda não conheço.
Pois bem, a experiencia foi tal que o lado positivo foi: estar certa de que não se volta a repetir. Pelo menos com aquele grupo!
60% do tempo foi à espera de pessoas atrasadas, perdidas, que estavam a comer.... sei lá! Uma organização inarrável!
Eu já espumava! E tive que me conter muiiiito para não por aquela gente toda na ordem... Perder tempo ataca-me os nervos!
Por isso Churchil Island, voltarei para te caminhar de uma ponta à outra mas pelos meus meios!
De entre muitas vantagens, porque eu adoro o sitio onde vivo, uma delas é ter churrascos mesmo em frente à praia, e ter a praia mesmo à frente de casa.
Combinei com uns vizinhos e lá fomos preparar o nosso almoço, vindo directamente do mercado para a chapa, com uma paisagem bonita e tranquila num Sábado de Primavera!
E tudo isto de bicicleta! ;)
Há uns tempos atrás fui convidada de véspera para o casamento de um colega de trabalho, mais propriamente para a festa pós casamento.
Não estava certa de como funcionam as coisas por aqui mas rapidamente me apercebi que são mais práticos do que estou habituada. Aparentemente o casamento propriamente dito é para os noivos e parentes mais próximos e a festa estende-se ao resto dos convidados. Parece'me lindamente.
Nesse dia fui dar uma grande volta de bicicleta de manha com o J, chegamos a casa cansadíssimos, tomei banho e fiz um almoço deliciosos para nós.
A meio da tarde comecei a aprontar-me, maquilhagem e cabelo... e as 17h00 fui apanhar o tram para o centro da cidade.
O festa foi no ultimo piso edifício EUREKA, o mais alto da cidade. Uma vista de 360 graus sobre a cidade toda! (mas para quem já viveu em Hong Kong nada de mais, só bonito).
Durante a viagem para o casamento usei a bela da sabrina rasa e a poucos metros da recepção do edificio passei para os 12cm!
Tenho a dizer que me soube lindamente fazer o meu programa de fim-de-semana e apenas ao fim do dia de sábado ir ao casamento. Sem grande logísticas, nem stresses, e acabou por ser muito agradável.
Dou-me conta de como o tempo passou desde que cheguei a Melbourne. Não interessam os meses que são na realidade mas sim o que os preencheu.
Muitas etapas se ultrapassaram. Problemas que ganharam a importância a que tinham direito ‘naquele’ momento e se resolveram ou passaram simplesmente a fazer parte.
Dou-me também conta de como a vida é cheia de conquistas (e perdas), vivências, aprendizagens de mil naturezas... e o que interessa no fundo?
Estou num país muito longe de onde originalmente sou, estou com os pés voltados para Portugal, longe de tudo o que aprendi a ser-me familiar, sem o dia-a-dia com a minha família e amigos, privada das comidas que me fizeram crescer e que são a minha referencia, com uma barreira linguística ainda muito significativa. Podemos falar tudo numa língua mas as piadas e trocadilhos ficam muito aquém do que poderiam ser na nossa língua original, e isso dêem-se as voltas que quisermos é uma barreira social. Melhorará sempre, mas ate lá só me resta resiliência e saber relativizar.
Sou uma pessoa caracterizada pela espontaneidade, e custa mais a ser quem sou noutra língua mas... consigo sempre.
Sei perfeitamente, porque farei por isso e por relatos de amigos em idêntica situação, que só o tempo o resolverá.
Procurar casa, procurar trabalho, perceber os transportes, sistema de saúde, vistos, fazer conhecidos e depois amigos, adaptar-me a ter o Inverno no Verão, conduzir do lado contrario, acordar quando a minha avo vai dormir...
Por outro lado, honra seja feita há natureza maravilhosa que me sorri todos os dias, pássaros coloridos, ar puro, jardins cheios de flores e muito bem cuidados, cangurus que amo de paixão, uma costa maravilhosa, mar a porta de casa, pessoas simpáticas e amáveis, o por do sol mais bonito que ja vi, uma boa vida no geral... A Austrália é um sitio fantástico para se viver.
E o que interessa realmente?
Para mim: ser feliz com o que tenho. O mais possível, e na maioria das vezes consigo.
Os obstáculos existem (sempre) em qualquer lado. Há muitas coisas que pesam, questões (residuais) que não se resolvem e fazem parte de nos. É um processo de balanço.
Mas se tivesse que escolher, voltaria a fazer tudo igual, ciente do "preço" da distancia. Esse instalou-se na minha consciência, não somos “amigos” mas convivemos os dois.
Queria que funcionasse por muitas e variadas razões:
Desde que sai de Portugal e me habituei a uma eficiente, e conveniente, rede de transportes, apanhei o gosto de caminhar, ler, ouvir musica, observar os outros e estar exposta à rotina dos outros que me circundam.
Quando temos carro vivemos muito focados na nossa agenda diária (fazer isto, aquilo, o outro...) e em nós próprios, e assim nada acontece para alem do que estabelecemos (ou pelo menos há uma grande probabilidade de isso acontecer).
E queria evitar ao MÁXIMO a deslocação de garagem para garagem e não andar na rua, por vezes durante a semana INTEIRA....
Aqui em Melbourne isso seria possível, não fosse o meu trabalho lá para os lados de “não sei onde”. Bastou apenas uma semana, mais precisamente 4 dias, a experimentar o longo caminho com 3 transportes para perceber que não funcionava. A sair de casa as 7h da manhã chegava ao trabalho
por volta das 9h da manha se tudo corresse bem.
Comprei um carro!
O J diz que todos já tinham a certeza que não ia dar, só eu quis acreditar!