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Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive Ricardo Reis
Hoje fomos brindados com uma excelente notícia! O visto 457 foi aprovado para ambos, temos caminho aberto para a Australia. Depois de umas dezenas de passos e um tempo longo de espera, já está!
Nos últimos dias que temos de Indonésia resolvemos ir às Ilhas Togian. O plano é óptimo, o difícil é o caminho que temos que percorrer até lá. De Manado a Gorontalo foram 8 horas de autocarro (que se traduziram em 10 horas).
Vamos passar uma noite em Gorontalo para apanhar o Ferry amanhã à tarde para as ilhas Togian, e aí serão 15h de viagem. Bem! Espero que as Togian sejam mesmo um paraíso! Porque chegar lá não é pêra doce!
Neste ponto estamos em Gorontalo a recuperar da estupada da viagem de autocarro que não foi fácil.
Hoje acordámos as 3:45 da manhã e fomos esperar o autocarro. Confesso que apesar de tudo me delicio a ver a logística e a rotina daqui:
A viagem foi feita com um calor infernal, um barulho a motor misturado com uma selecção musical de "cortar os pulsos", bancos simpaticamente classificados como desconfortáveis, o chão ia a arder... Emanava calor e eu estava com receio de derreter as solas. Provavelmente estava a delirar! Eu sofri, mas mais uma vez o J teve as suas dificuldades intensificadas pelo seu tamanho!
Tivemos apenas uma paragem. Serviu para almoçar e mudar um pneu, que medo!
Íamos com um galo no autocarro, que ao contrário do que prevíamos: que chegasse cozido, cantou o tempo todo. Uma festa!
Post escrito 24 de Fevereiro. Nos próximos dias, se chegarmos as ilhas Togian, não terei acesso a internet.
Até breve com mais notícias e boas experiências :) espero!
Desde que deixei de viver em Portugal, há algumas coisas que me fazem falta e outras nem tanto.
A alimentação é dos pontos que tenho tido mais dificuldade de adaptação. E eu sou o chamado "bom garfo", sem grades esquisitices e com um apetite leonino!
Em Hong Kong só senti alguma dificuldade no fim da minha estadia (8 meses), quando me comecei a sentir saturada com os ingredientes, apesar de cozinhar diariamente e tentar manter o mais possível os meus hábitos alimentares mediterrânicos. Mas não é tão fácil como se possa imaginar.
Não havia boa carne, nem peixe frescos, e o que de melhor havia tinha preços exorbitantes. Os vegetais ditos biológicos, ou seja com menor probabilidade de terem sido cultivados no meio da poluição, também se faziam pagar.
Eu não tinha forno, apenas placa de indução ou microondas, logo tinha o meu leque de opções mais limitado. Por isso cheguei a um ponto que já nem sabia o que me apetecia...
Enjoei completamente de cozinha Chinesa! E, principalmente, tornei-me extremamente sensível aos intensificadores de sabor e a esses "truques" culinários muito pouco saudáveis se usam por lá.
A comida indonésia é bastante diferente. Apesar de ter o arroz como acompanhamento principal mas agrada-me bem mais.
Mas isto de estar algum tempo num país que não o nosso faz-me perceber muita coisa.
É muito difícil mudar os nossos hábitos de raiz.
Se bebo leite, queijo e derivados, como carne e peixe grelhados, gosto de pão (com côdea RIJA), batatas cozidas, saladas... como me vou habituar a comer arroz frito ao pequeno almoço? Comer vegetais fritos e salteados sempre com o mesmo sabor de base? (no caso da comida chinesa com intensificadores de sabor que me dão cabo do estômago) Sopa de soja?
Custa-me e não quero!
Aqui temos que ter atenção nos pedidos que fazemos porque o consumo de açucar é inarrável.
Às vezes sou muito insistente com o NO SUGAR PLEASE! mas por vezes vem na mesma MEGA doce.
Ou então dizem que não tem açucar. Ai não? Então o que se passa aqui? Tem leite condensado.
Percebi que leite para "eles" pode ser leite condensado.
Nos últimos anos houve um por aqui um "BOOM" de alimentos com açucar processado e da "Junk Food", então o consumo de doces e fritos é desmedido e sem qualquer consciência dos riscos que trazem.
As crianças estão sempre agarradas a doces artificiais. Na saída das escolas vêem-se carrinhos de venda de doces, como por exemplo granizado de gelo com leite condensado. Impressiona!
Estiveram muitos anos com acesso apenas ao mais biológico possível e agora é uma novidade e um exagero.
Acredito que estes comportamentos tenham sérias consequências de saúde pública no futuro.
E pronto... anseio por um bom pão, queijo, chouriço, galão, carne e peixe grelados, guisados simples... batatas cozidas e... vou parar!
Ando a ter uma alimentação pouco cuidada. Tento fazer refeições equilibradas mas como me sinto saturada do comida local, tem havido algumas vezes que recorro ao Mc.Donalds e por aí.
Verdade! Ando obcecada com receitas e listas de compras para quando chegar à Austrália.
E já estou preparada mentalmente para "pagar a conta" dos abusos que ando a cometer por aqui. Mas férias são férias e tão cedo não terei tempos assim! Por isso, coração à larga!
Marcante, pela intensidade que as suas tradições tiveram em mim.
Fiquei a pensar como as nossas sensibilidade e predisposição estão trabalhadas e adequadas à nossa cultura e hábitos, no fundo àquilo que aprendemos a ser o normal e o correcto.
Cão:
Sempre gostei de ir ao mercado.
Em Portugal não ia muitas vezes porque não tinha tempo.
O que mais gosto são as cores, cheiros dos produtos frescos e muitas vezes as personagens típicas.
Ultimamente aprendi a gostar ainda mais de mercados. Percebi o quanto se pode sentir um povo num mercado. Principalmente aqui no sudoeste Asiático. A sua rotina diária passa pelo mercado.
Gosto de ver os produtos locais. Picar petiscos feitos na hora. Ver os comerciantes e os cliente a interagirem. É sempre uma experiência especial.
Ontem fui ao mercado de Manado.
Bem! O cheiro não era o melhor. É a minha principal limitação nestes mercados mais "típicos" principalmente na parte do aviário e das carnes.
Às vezes tenho de me concentrar para a "coisa não dar para o torto". Mas, uma vez ultrapassado isso é uma animação.
Mais uma vez as pessoas impressionam-me pela positiva. Interagem de uma forma encantadora, pedem fotografias, apertos de mão, perguntam o nome, de onde vimos... Riem de uma forma mágica e só deles!
Frutas, legumes, cereais, carne, peixe... Tudo a "rodar", toda a gente a trabalhar ou a descansar.
As crianças brincam na chuva com... um saco de plástico ;) e um entusiasmo mais autêntico do que uma "nossa" criança com uma consola de jogos.
Cores, cheiros, texturas...
Também se dorme:
E apanhei uma valente chuvada
(Escrito 19 de Fevereiro e publicado posteriormente por dificuldades de acesso à internet.)
Mikrolets, pequenas carripanas azuis e muito características em Sulawesi! Com musica, decorações extravagantes, luzes psicadélicas e música alta... Acena-se para pararem, entra-se e pede-se para encostar em qualquer ponto do percurso. Ou seja não há paragens especificas. Outra vantagem é serem extremamente baratos!
CROCS, Nunca eu pensei em toda a minha existência em dar uso a uns exemplares destes como tenho dado. Estão quase gastos dos Kms que lhe estou a pôr em cima. A realidade é, Chuva, sol, areia, terra... venha tudo! Confortáveis, secam rápido, facilmente laváveis e estão sempre "prontos".
Aviso: Imagens chocantes, podem ferir susceptibilidades dos mais sensíveis!
10 horas de autocarro, 321 Km!
Chegados a Tana Toraja, cidade no sul da ilha de Sulawesi e íamos "fisgados" com as cerimónias fúnebres, tão diferentes e típicas, desta zona.
Em Rantepao, Tana Toraja, arranjámos um guia. Fiz um pouco de barulho com o preço que nos propôs, mas depois de uma pesquisa pela internet aceitámos a proposta. E valeu bem a pena!
Tivemos uma experiência e participação numa tradição única.
Uma comemoração fúnebre tem várias cerimónias. Estas, reflectem uma mistura de tristeza, comemoração e ostentação de riqueza.
Quando um Torajan morre em Toraja, os membros da sua família realizam uma série de cerimónias fúnebres, durante vários dias, que normalmente duram vários dias antes do falecido ser enterrado.
O falecido não é enterrado imediatamente, mas guardado em numa casa tradicional com a família, Tongkonan, como os locais chamam - sob o mesmo teto com a sua família.
(Imagem a ser introduzida assim que as condições de WiFi o permitão)
Os Torajans consideram que até ao enterro propriamente dito a pessoa apenas está a sofrer de uma doença e não morta. Quando o primeiro búfalo é sacrificado, então o seu espírito pode começar a sua viagem à Terra das Almas.
A grande questão aqui é: uma comemoração destas requer um investimento financeiro significativo e pode não haver liquidez disponível para o fazer de imediato.
Por tradição, as famílias guardam os corpos preservados em bálsamos e mumificados, até terem o dinheiro necessário para fazerem o funeral com todos os requisitos necessários.
Este empasse pode demorar de 1 até 10 anos, dependendo do condição financeira da família. Se tiverem posses é mais rápido.
Minhas perguntas:
"Dormem perto ou com corpo?" - Sim, ao lado. Na mesma cama.
"Não cheira mal?" - Um pouco. Mas no processo de mumificação, colocam um tubo de bambu para vazar os líquidos das entranhas e com o tempo deixa de deitar cheiro."
(Já devia estar verde-acinzentada nesta altura)
O guia ainda referiu: "vocês poupam dinheiro para as férias, nós poupamos dinheiro para os funerais das nossas famílias".
A família do falecido deve fornecer as dezenas de búfalos e porcos que compõem estas cerimonias. E os convidados também oferecem.
Um bufalo categorizado como "mercedes" por ser de uma categoria superior. Segundo o nosso guia, esta criatura custa o equivalente a 8000 euros.
No funeral onde estivemos o falecido era de um estrato social elevado, e isso fazia-se notar no número de convidados (cerca de 2000) e abundância de animais.
Como tinha mais de 24 búfalos para sacrificar no seu funeral teve direito a uma estátua de madeira chamada TaoTao:
Não assistimos a luta de búfalos e galos, também típica.
Os membros da família abatem os búfalos e porcos oferecidos e do combate. Acreditam que o espírito do falecido vai viver em paz depois disso.
Os búfalos são abatidos e a carne distribuída aos visitantes do funeral. A distribuição é realizada de acordo com as posições sociais dos convidados, e o espírito do falecido também tem direito a uma porção de carne, conhecida localmente como Aluk Todolo.
As cabeças dos búfalos são devolvidos à família e os seus chifres colocados na frente da sua casa. Quanto mais chifres decorarem a frente da casa, maior o estatuto do falecido. O corpo não é enterrado até alguns dias após cerimónia.
Durante as comemorações há várias danças, sons de gritos dos membros da família.
O morto é enterrado - o descanso final - numa gruta natural ou esculpida para o propósito, ou em suspensão numa montanha ou mais raramente no solo.
Familiares do falecido.
E foi assim a minha experiência, forte, intensa e marcante.
Yogyokarta, Ilha de Java, Indonésia
Yogyokarta, Ilha de Java, Indonésia
É muito comum, receber uma abordagem calorosa, uma saudação ou apenas um aceno de qualquer portão ou quintal... Dizer "Bom-Dia", "Boa-tarde" ou só "olá" por parte de miúdos e graúdos.
Pemuteran, Ilha de Bali, Indonésia
As crianças brincam na rua. Sem supervisão, nem controlo. Aparentemente é tudo muito pacífico.
Pemuteran, Ilha de Bali, Indonésia
Depois do mergulho, um banho de água doce.
PadangBai, Ilha de Bali, Indonésia
Há uma ternura, dedicação muito visível e manifestações de carinho de pais para filhos. Daí serem "todos" adultos tão amorosos.
PadangBai, Ilha de Bali, Indonésia
PadangBai, Ilha de Bali, Indonésia
A delicadeza de três meninas esperando pelo início da cerimónia do Barong.
PadangBai, Ilha de Bali, Indonésia
Em contraste com um grupo de meninos bem reguilas!
PadangBai, Ilha de Bali, Indonésia
Não há uma alma neste mundo que não conheça o Cristiano Ronaldo.
Por cá são muito interessados em futebol. Logo que se diz ser Portugues, ouve-se imediatamente: CRISTIANO RONALDO, MOURINHO...
Ujung, Ilha de Bali, Indonésia
Já não consegui apanhar a cena que queria.
Ia a conduzir, mesmo assim parei para fotografar. Três crianças em fila pela berma da estrada protegendo-se da chuva com uma folha de bananeira!
Normalmente marcamos a nossa estadia, pelo menos a primeira noite, na véspera de chegarmos ao próximo destino. Através da internet fazemos a nossas escolhas e reservas baseadas nas "reviews" disponíveis e a coisa tem corrido bastante bem.
De qualquer forma achámos que saltamos um passo importante. Ver com os nossos próprios olhos, perceber a localização e acessos, negociar o preço e sentir a energia do local é sempre melhor.
Desta última vez resolvemos arriscar, sem marcação temos que nos sujeitar ao que houver didponivel, e enquanto eu bebi um Kopi (café) num qualquer warung (restaurante em indonésio) em Padang Bai e guardei os 300Kg que carregamos, o J foi bater perna à procura de um poiso para nós.
Ficamos numa HomeStay chamada Tirta Yoga.
Para além de ser dos sítios mais agradáveis onde ficámos, tem um pequeno-almoço bom e o preço é fantástico! Uma esplanada no andar de cima e de baixo, um bom quarto, internet... E os Donos são amorosos.
O Sr. Da nossa HomeStay já me ensinou a fazer as suas deliciosas panquecas de banana.
Eu e o J estamos viciados em panquecas de banana, e pelo andar da coisa não me parece que iremos enjoar.
Eu ultimamente ando numa de coleccionar receitas e super motivada para cozinhar e conhecer pratos novos, por isso pedi-lhe para o acompanhar a fazer o pequeno almoço. O seu inglês é reduzido mas o pessoal entende-se. Às vezes de formas muitos engraçadas.
Nem tudo esta disponível online, pode não correr tão bem das próximas vezes mas vamos voltar a arriscar.
Não sei a resposta e não tenho muitos bons conselhos para dar. Ter sorte será uma ajuda importante.
Motas com 3 e 4 pessoas mais um carrinho de mão em suspensão ou um bicicleta em braços erguida no ar, é normal.
Montes de terra a ocupar a minha faixa. Obras.
E tudo o que pode ocupar uma estrada não é estranho! Os obstáculos de variadas naturezas estão la e o pessoal que se desvie.
Bicicletas e mesmo motas encostadas à minha berma, mas a moverem-se em sentido contrário. É mato!
Camiões gigantes, carroças e animais a atravessarem-se na estrada mais uma densidade de motoretas a aparecerem em todas a direcções possíveis e a ultrapassarem por ambos os lados conduzidas por seres humanos desde os 8 anos aos 90 anos de idade. Igualmente normal!
(Estas fotos pouco reproduzem o caos da estrada. Ia agarrada ao volante e o J aos ... OO, mapas :) )
Tudo é possível e as regras não existem. Cumpri-las chega a ser um perigo. Se paro numa passadeira vou ser ultrapassada certamente e os peões ficam confusos COMIGO.
Choveu torrencialmente, andamos 300 Km em dois dias inteiros já que 30Km/h é uma boa média por aqui! Apanhámos estradas em que a largura das duas faixas juntas, era pequena para um carro...
Uma tarefa arriscada! Enfrentei provas arriscadíssimas! E já no final do segundo dia, a inverter a marcha numa estrada vazia bati (encostei levemente) numa mota de uma adolescente com 15 anos, parada atrás de mim (Céus! Eu não a vi).
Ficou presa ao meu pará-choques! Fiquei "roxa" e super incomodada (ou talvez mesmo aborrecida). Senti-me super preocupada (sentia os meus olhos em água) com a menina e a sua mota mas felizmente não houve danos. Numa estrada deserta apareceram não sei quantas almas para ver o que se passava. Insistimos para saber se a menina estava bem e se a mota precisava de reparação. Mas ficou tudo certo. Diz o J que se fosse em Timor Leste seriamos abordados com catanas e abriríamos a carteira à grande!
(Locais + J a desencastrarem a mota do nosso para-choques)
Depois de ficar descansada com a minha vítima, só pensava o quanto iríamos ser "sugados" pelos riscos no carro! Aqui estrangeiro PAGA sempre! No fim, felizmente não houve consequências.
Foi uma experiência. Sem dúvida! Intensa e stressante.
Foi a minha primeira vez a conduzir à direita. Cada vez que queria fazer pisca limpava os vidros. E às vezes em vez da segunda metia a marcha atrás. Ah, também confundi as faixas!
Conduzir uma carripana de 7 lugares também não é maneirinho!
E a experiência de condução aqui é tipo jogo de computador. Vão aparecendo "cenas" e temos que nos desviar. E há vários níveis! Mas só devemos ter uma vida!
Apesar do J ir tenso e com dificuldades de fazer a digestão ao meu lado, enquanto eu dominava a viatura, vimos sítios muito bonitos e outros nem tanto mas conhecemos as redondezas de PadangBai!
A pérola da viagem:
Eu: J, não me trates com uma anormal sff!
J: T! Então vai para a tua faixa sff!
Nota: Pais! Prometo não conduzir mais aqui. Pelo menos tão cedo. Até para o bem da minha relação com o J (LOL).
Uma cerimónia religiosa hindu que se tornou numa encenada (?) guerra espirítual.
Um cerimónia local com um propósito espiritual muito profundo.
Assistimos a um acontecimento crucial, acredito que fora das eventuais performances turísticas, o exorcismo.
A história de Barong , segundo a mitologia de Bali.
Rapidamente...
Dança Barong retrata uma batalha épica entre o bem e o mal, um conceito semelhante na maioria das religiões do mundo.
Barong, muitas vezes representado como um leão, representa um final bom.
Em contraste, Rangda é uma bruxa má, ou a rainha do demónio:
O Barong aparece em palco, acompanhado por macacos , que são historicamente associados como ajudantes do Barong.
(Razão pela qual há tantos macacos nos templos de Bali.)
Os macacos dançavam felizes ao redor de Barong antes de Randga aparecer. Randga circundava Barong na tentativa de lhe causar danos.
Aqui começa a batalha entre o bem e o mal.
Não foi uma performance para os turistas. Foi uma cerimónia religiosa para equilibrar o nível de bem e mal na aldeia de Padang Bai.
O público (locais) começaram a exaltar-se, e nós distanciámo-nos da multidão.
Dizem, que é o ponto em que as pessoas começam a possuir-se pelo espírito maligno de Rangda.
Começaram a espernear e a gritar descontroladamente. Seis ou sete homens próximos das "vitimas" reagiram rapidamente e prenderam os seus braços e pernas no chão, enquanto lutavam com o que parecia ser uma histeria pura.
As mulheres locais e as crianças apreciavam a cena, aparentemente calmos e resignados aos acontecimentos.
Devo dizer que é “forte” assistir a estas cenas.
Ao longo da cerimónia, e já com noite cerrada, várias pessoas entraram nesse estado de transe. Enquanto isso os seus conterrâneos juntavam feixes de madeiras e incendiavam... e de novo uma nova multidão formou-se e a histeria, gritos e pessoas em transe aumentaram.
Era hora de o exorcismo!
O espírito de Randga ainda estava muito presente nos homens possuídos, e a loucura parecia aumentar…
Os aldeões vestidos a rigor, com as cabeças envoltas em panos brancos e vestidos de sarongs começaram a forçar arak, uma bebida alcoólica local, nas bocas dos homens desesperados.
De repente os homens possuidos ficaram obcecados com as chamas próximas e atiraram-nos ao fogo e tentaram apagá-lo no seus próprios corpo e cara, enquanto os seus companheiros evitavam a todo o custo que houvesse danos maiores.
Uma cena impressionante.
O fogo representa os espíritos malignos. E assim um a um o espírito de Rangda foi exorcizado , e o equilíbrio entre o bem e o mal foi restaurado.
Os homens exorcizados desabaram em silêncio no chão, exaustos da guerra espiritual que tinha ocorrido dentro deles.
Nunca tinha visto uma dança Barong, muito menos que incluísse uma cerimónia de exorcismo.
Foi um privilégio ter assistido a esta cerimónia. Primeiro porque não esperávamos, segundo porque uma performance local e não turística e terceiro porque foi uma experiencia nova, intensa que me trouxe ensinamentos.