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Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive Ricardo Reis
É uma massa densa, cheia de contornos com texturas bizarras… às vezes não sei onde começa ou acaba. É insolúvel, especial mas incómoda.
Está alojada bem aqui dentro, colada, cimentada no meu peito…
Chego ao ponto de não a querer, em que o meu desejo mais profundo é não a ter na minha lembrança… mas passei o ponto em que tinha escolha. A partir dali parece que nada era reversível, e a partir dali… dependerá só de mim.
Mas como? Eu não quero esquecer, eu cheguei lá…
Como se ignora a sensação, ou a sua lembrança, de me sentir plena ou na iminência de me sentir? O cheiro do fascínio, o sabor daquela magia, tocar o teu olhar e não te ver… simplesmente te sentir… e silenciosamente suplicar que não desistas.
Tentar não ter segredos, nem aqueles que eu ainda não sei… tentar desesperadamente entender, entender-te…
…e na exaustão resignar-me à realidade e aceitar.
Aceitar o quê? Que o que me fez sentir a Vida e ser uma Mulher, tem que ser… digerido? Ultrapassado? não… não pode ser! Adoptar uma qualquer teoria da relatividade…e …Aceitar?
Caramba… Aceito, Aceito por ser a forma menos cruel e justa para mim.
Dei tudo… quis galgar obstáculos, crescer a mil à hora… porque queria chegar lá outra vez.
Perdi o meu rumo, faltou-me o chão… Experimentei pôr-me à prova. Vivi situações que não era eu… A minha vida virou os “100 metros barreiras” onde eu não saltava, caía… em todas.
Agora caminho direita, mas às vezes aquelas quedas deixam saudade… Porque até aquela dor era melhor que o vazio de não te ter.
Mas aceito.