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Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive Ricardo Reis
Desde que saí de Portugal sempre encarei a questão da distância com muita racionalidade.
Não me custou deixar Portugal, é e sempre será o país do meu coração, custou-me sim deixar a minha família e os meus amigos.
Estar em Hong Kong ou na Austrália não traz grande acrescento à sensação de distância… se precisar de estar em Portugal numa urgência consigo fazê-lo em 27 horas.
Gosto do rumo que a vida leva, não olho para traz a achar que poderia ter sido diferente. Até sinto bastante orgulho no que tenho vivido, conhecido e assim crescido e aprendido sempre.
Faz-me sentido e estou em paz com isso.
Mas há uma conta para “pagar” sempre!
...Ultimamente tenho sentido um aperto no coração cada vez que me lembro dos meus pais, avós, tios, primos… tem-me custado assumir cá dentro que a rotina de família, que tanto gosto e aprecio, está quebrada pela distância. Isso dói assim de repente. É um preço tão alto!
E cada dia me custa mais. Apercebo-me das circunstancias da situação e não a vejo como efémera.
As crianças crescem, os adultos envelhecem, e eu também, À distancia!
Sinto-me determinada com o meu projecto de vida, sei porque estou aqui e tenho aqui a minha pequena família, construída por mim e pelo J. Mas a “moínha" aparece e de repente parece que a vida passa e deixei algo tão precioso para trás.
Tem-me dado para isto, choro um pouco e depois agarro-me com "unhas e dentes" à vida. É assim, tenho que aceitar as circunstancias e ver sempre o lado mais leve e iluminado.
Eu tenho essa família que amo. Tenho essa sorte e esse orgulho. Mesmo estando tão longe.